No calendário de folhas da minha vida é sempre Outono,
E como a criança que tenta resistir ao sono,
Eu tento resistir ao abraço da morte,
Mas Deus, ou a natureza, ditaram a minha sorte.
Como o rio que nasce na montanha,
E cresce até se perder no mar,
Eu nasci para ser lenha,
Para a morte queimar.
Recordem-me como uma sombra do que não existiu,
Recordem-me como o sussurrar de um rio,
Não me dêem mais corporeidade que ao som de um realejo,
Peço-lhes! Cumpram este meu desejo.
Lisboa, 21 de Maio de 2015.
José Baptista
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