No
meu imaginário de menino,
Deus
é um velho muito bom e muito vivido,
No
meu imaginário de menino,
Deus
é um velho curvado e um pouco esquecido.
É
um velho ferido e revoltado,
Sempre
que vê um homem ser torturado.
É
um velho que chora quando vê crianças a sofrer,
É
um velho cansado, que não sabe porque não pode morrer.
Estou
certo que se algum dia este velho morrer,
Será
junto de Cristo que irá viver,
E
quando este velho cansado e Cristo se reencontrarem,
Todas
as lágrimas que eles chorarem,
Não
serão vertidas pelo que cada um deles sofreu,
Mas
pela humanidade que ainda nada compreendeu.
Estou
sempre à espera que um dia o velho me visite,
Como
esse dia nunca chega, perguntei a um anjo se ele realmente existe,
E
o anjo disse-me que se o Céu é belo, Deus não é a única razão,
Pois
o belo também existe na minha imaginação.
Depois
de tudo isto ter acontecido,
Percebi
que já não era um menino,
Percebi
que tinha crescido,
E
o velho tinha finalmente morrido.
Lisboa,
16 de Julho de 2015.
José Baptista
6 comentários:
Lindo poema, Marli! Obrigada por compartilhá-lo!
Jenny, é uma contribuição que chega de Portugal. Que bom que você gostou! Abraço!
Passando para visitar e amei seu blog seguindo parabéns
http://amoreluz10.blogspot.com.br/
Parabéns pelo seu blog de poesia!
Passe também pelo meu:
http://carrovazio.blogspot.pt/
Lindas palavras
Amei, a profundidade está na nossa alma, nem sempre precisamos de Deus para ver a beleza do mundo. Ela está ao nosso redor, nas coisas mais simples, e no nosso interior. A forma que contas a história também é admirável (:
nuancesmarinas.blogspot.com
Postar um comentário