Sou
feito com o tecido,
De
um sonho esquecido.
Sou
uma realidade indefinível,
Acalentando
um sonho impossível.
Sou
um espectador sentado no meio do palco,
Olhando
a vida que debaixo dos pés calco.
Sou
sempre monotonamente diferente,
Fruto
de uma alquimia secreta da mente.
Sou
eu próprio o meu esconderijo,
O
que sou, instintivamente finjo.
Sou
o que quer, aos segredos mais profundos ter acesso,
Para
poder virá-los completamente ao avesso.
Sou
um potente telescópio,
Que
só se perscruta a si próprio.
Sou
alguém que quer ter como quarto o Universo,
Sou
tudo isto, e sou o seu inverso.
José
Baptista - Lisboa
3 comentários:
Sou tudo...menos o improvável!
Mas...sou mais que o provável!
Sou tudo...e mais além...
Gostei imenso,PARABÉNS!
Singelo, belo e profundo.***
Gostei MUITO do poema "Sou". Profundo, enigmático. Parabéns
Nancy Zeitone
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