11 de março de 2014

O familiar cheiro da morte


Esse seu corpo esquelético e esses dedos delgados
putrefatos pelo tempo perpetuam na mente imagens nítidas dela
Como se tivesse sido ontem tão nítidas são elas
as imagens tristes sua podre mão acalentar-me
Essa sensação de algo vindo de não sei onde como um vulto
ao abrir fortemente a janela testemunha meu soluço
Esse ardor eterno que jás em mim é o amor por ela
que era tão bela como um anjo vindo ao mundo
Esse nó em minha garganta e
esse cheiro de morte que exala neste quarto
é o resquício de existência que sinto por ela minha bela
Essa cama e este familiar cheiro
junto com o ópio e a bebida
me tiram as imagens da putrefata bela a falecida
Poema de Bella Felix 
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